sexta-feira, 1 de março de 2013

A Vegetação Brasileira

A paisagem brasileira é fortemente marcada pela exuberância da vegetação natural, entretanto, esta vem sendo assustadoramente devastada desde a colonização do território, representando atualmente cerca da metade da formação original. Isso ocorre tanto em razão da própria ocupação, através da construção de cidades e rodovias, quanto em virtude da exploração irracional dos recursos naturais, como ocorre na extração madeireira.

A destruição de uma floresta implica inúmeras perdas, pois são afetadas não só as diversas espécies de plantas e animais que a compõem, mas também os solos, o clima e a população habitante da região, cuja cultura e fontes de sobrevivência são fatalmente destruídas. No tocante ao meio ambiente, a legislação brasileira é considerada abrangente e moderna, mas um dos principais problemas enfrentados é decorrente da precária fiscalização oferecida e dos grandes interesses envolvidos na devastação.
 
 
PRINCIPAIS FORMAÇÕES VEGETAIS
 
1) MATA ATLÂNTICA
Também conhecida como floresta latifoliada tropical úmida, possui uma vegetação higrófila (adaptada ao ambiente úmido), densa (com muitas árvores por região) e bastante diversificada, sendo uma das regiões do planeta com maior riqueza de espécies.
 
Já chegou a ocupar a faixa que se estende do Rio Grande do Norte ao Rio Grande do Sul, mas com a violenta devastação, hoje possui apenas 8% da área originalmente ocupada.
                     
2) CERRADO
Também muito devastada, esta formação vegetal está atualmente reduzida a menos da metade do seu tamanho inicial. É típica da região Centro-Oeste, mas também abrange algumas regiões da Bahia, Minas Gerais, etc. É formada por gramíneas e arbustos distanciados uns dos outros (o que favorece o desenvolvimento da pecuária) e de galhos retorcidos em razão dos períodos de estiagem.

 3) MATA DE ARAUCÁRIA
Encontrada nas áreas mais elevadas e de mais baixas temperaturas ao longo do planalto da Bacia do Paraná, é também conhecida como floresta aciculifoliada (folhas pontiagudas) ou mata dos pinhais. Possui uma vegetação arbórea e homogênea, em que predomina o pinheiro, madeira de alto valor comercial, o que ajuda a explicar o desmatamento, que já alcança cerca de 90% da área original.
 
4) FLORESTA AMAZÔNICA
É uma formação densa, higrófila (adaptada à umidade ambiente), arbórea, com árvores em geral de grande porte, latifoliada (folhas largas), com enorme diversidade de espécies. Ocupa uma extensão enorme de cerca de 5 milhões de Km², estendendo-se por diversos países da América do Sul, além do Brasil, constituindo a maior floresta equatorial do mundo.
 
É possível distinguir três domínios distintos de vegetação, cujas características são estabelecidas a partir de variações locais de clima, relevo e umidade. São eles:
 
a) Mata de Terra Firme (ou Caetê): é o tipo de vegetação predominante em cerca de 80 % da floresta e corresponde à parte não inundada.
 
b) Mata de Várzea: é situada em uma região periodicamente inundada, ideal para a rizicultura (cultivo de arroz).
 
c) Mata de Igapó: é a vegetação que fica constantemente inundada, sendo tipicamente aquática (higrófila), como é o caso de plantas como a Vitória-régia.

5) CAATINGA
Ocupa grande parte da região Nordeste e é composta por uma formação arbustiva e xerófita (adaptada ao clima árido), com a presença de cactáceos, como o xique-xique e o mandacaru. O solo é pobre em húmus e rico sem sais minerais, sendo que, com a devida irrigação, podem render uma agricultura bastante variada. É também conhecida como “mata-branca”.

A aridez do clima reflete diretamente na vegetação, o que pode ser notado nos arbustos, que possuem galhos retorcidos em razão das secas prolongadas e nos cactáceos, cujas folhas em forma de espinhos promovem baixa transpiração e raízes em forma de cabaça servem ao acúmulo de água e sais minerais.
 
6) PANTANAL
Pode ser considerado um complexo vegetal, pois apresenta diversas espécies vegetais próprias de outros domínios vegetais, como o cerrado, a caatinga, as florestas e os campos. Situa-se no Brasil nos estados do Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, sendo que também alcança áreas no Paraguai e na Bolívia (onde é conhecida como o “chaco” boliviano). A maior parte da sua extensão encontra-se alagada e abriga fauna e flora de abundante diversidade.
 
7) MATA DOS COCAIS
Caracteriza-se pela presença de palmeiras como o Babaçu e a Carnaúba, é uma vegetação de transição entre a Floresta Amazônica, o Cerrado e a Caatinga, ocupando o Meio-norte nordestino, sobretudo as regiões do Maranhão e do Piauí.
 
8) CAMPOS
São formações herbáceas que podem ter a presença de arbustos (campos sujos) ou serem constituídos só por gramíneas (campos limpos). Destacam-se os campos do Rio Grande do Sul, ou Pampas gaúchos, em que predomina a baixa vegetação herbácea, ideal para a pecuária extensiva.
 
9) VEGETAÇÃO LITORÂNEA
Dividida entre as vegetações das dunas e dos mangues. A vegetação das dunas é herbácea com pequenos arbustos que aparecem na areia da praia, enquanto a vegetação dos mangues é arbustiva e halófila (adaptada à salinidade). Os mangues funcionam como um verdadeiro berçário de espécies, pois sediam a reprodução de inúmeros animais marinhos.
 
10) MATAS CILIARES
Podem ser encontradas ao longo dos cursos dos rios e desempenham o papel fundamental de oferecer sustentação aos solos das margens, afastando a possibilidade de assoreamento dos leitos (obstrução dos rios por sedimentos ou detritos).


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