A paisagem brasileira é fortemente marcada
pela exuberância da vegetação natural, entretanto, esta vem sendo
assustadoramente devastada desde a colonização do território,
representando atualmente cerca da metade da formação original. Isso
ocorre tanto em razão da própria ocupação, através da construção de
cidades e rodovias, quanto em virtude da exploração irracional dos
recursos naturais, como ocorre na extração madeireira.
A destruição de uma floresta implica
inúmeras perdas, pois são afetadas não só as diversas espécies de
plantas e animais que a compõem, mas também os solos, o clima e a
população habitante da região, cuja cultura e fontes de sobrevivência
são fatalmente destruídas. No tocante ao meio ambiente, a legislação
brasileira é considerada abrangente e moderna, mas um dos principais
problemas enfrentados é decorrente da precária fiscalização oferecida e
dos grandes interesses envolvidos na devastação.
PRINCIPAIS FORMAÇÕES VEGETAIS
1) MATA ATLÂNTICA
Também conhecida como floresta latifoliada tropical úmida,
possui uma vegetação higrófila (adaptada ao ambiente úmido), densa (com
muitas árvores por região) e bastante diversificada, sendo uma das
regiões do planeta com maior riqueza de espécies.
Já chegou a ocupar a faixa que se
estende do Rio Grande do Norte ao Rio Grande do Sul, mas com a violenta
devastação, hoje possui apenas 8% da área originalmente ocupada.
2) CERRADO
Também muito devastada, esta formação
vegetal está atualmente reduzida a menos da metade do seu tamanho
inicial. É típica da região Centro-Oeste, mas também abrange algumas
regiões da Bahia, Minas Gerais, etc. É formada por gramíneas e arbustos
distanciados uns dos outros (o que favorece o desenvolvimento da
pecuária) e de galhos retorcidos em razão dos períodos de estiagem.
3) MATA DE ARAUCÁRIA
Encontrada
nas áreas mais elevadas e de mais baixas temperaturas ao longo do
planalto da Bacia do Paraná, é também conhecida como floresta aciculifoliada (folhas pontiagudas) ou mata dos pinhais.
Possui uma vegetação arbórea e homogênea, em que predomina o pinheiro,
madeira de alto valor comercial, o que ajuda a explicar o desmatamento,
que já alcança cerca de 90% da área original.
4) FLORESTA AMAZÔNICA
É uma
formação densa, higrófila (adaptada à umidade ambiente), arbórea, com
árvores em geral de grande porte, latifoliada (folhas largas), com
enorme diversidade de espécies. Ocupa uma extensão enorme de cerca de 5
milhões de Km², estendendo-se por diversos países da América do Sul,
além do Brasil, constituindo a maior floresta equatorial do mundo.
É possível
distinguir três domínios distintos de vegetação, cujas características
são estabelecidas a partir de variações locais de clima, relevo e
umidade. São eles:
a) Mata de Terra Firme (ou Caetê): é o tipo de vegetação predominante em cerca de 80 % da floresta e corresponde à parte não inundada.
b) Mata de Várzea: é situada em uma região periodicamente inundada, ideal para a rizicultura (cultivo de arroz).
c) Mata de Igapó:
é a vegetação que fica constantemente inundada, sendo tipicamente
aquática (higrófila), como é o caso de plantas como a Vitória-régia.
5) CAATINGA
Ocupa grande parte da região Nordeste e é
composta por uma formação arbustiva e xerófita (adaptada ao clima
árido), com a presença de cactáceos, como o xique-xique e o mandacaru. O
solo é pobre em húmus e rico sem sais minerais, sendo que, com a devida
irrigação, podem render uma agricultura bastante variada. É também
conhecida como “mata-branca”.
A aridez do
clima reflete diretamente na vegetação, o que pode ser notado nos
arbustos, que possuem galhos retorcidos em razão das secas prolongadas e
nos cactáceos, cujas folhas em forma de espinhos promovem baixa
transpiração e raízes em forma de cabaça servem ao acúmulo de água e
sais minerais.
6) PANTANAL
Pode ser
considerado um complexo vegetal, pois apresenta diversas espécies
vegetais próprias de outros domínios vegetais, como o cerrado, a
caatinga, as florestas e os campos. Situa-se no Brasil nos estados do
Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, sendo que também alcança áreas no
Paraguai e na Bolívia (onde é conhecida como o “chaco” boliviano). A
maior parte da sua extensão encontra-se alagada e abriga fauna e flora
de abundante diversidade.
7) MATA DOS COCAIS
Caracteriza-se
pela presença de palmeiras como o Babaçu e a Carnaúba, é uma vegetação
de transição entre a Floresta Amazônica, o Cerrado e a Caatinga,
ocupando o Meio-norte nordestino, sobretudo as regiões do Maranhão e do
Piauí.
8) CAMPOS
São
formações herbáceas que podem ter a presença de arbustos (campos sujos)
ou serem constituídos só por gramíneas (campos limpos). Destacam-se os
campos do Rio Grande do Sul, ou Pampas gaúchos, em que predomina a baixa
vegetação herbácea, ideal para a pecuária extensiva.
9) VEGETAÇÃO LITORÂNEA
Dividida
entre as vegetações das dunas e dos mangues. A vegetação das dunas é
herbácea com pequenos arbustos que aparecem na areia da praia, enquanto a
vegetação dos mangues é arbustiva e halófila (adaptada à salinidade).
Os mangues funcionam como um verdadeiro berçário de espécies, pois
sediam a reprodução de inúmeros animais marinhos.
10) MATAS CILIARES
Podem ser
encontradas ao longo dos cursos dos rios e desempenham o papel
fundamental de oferecer sustentação aos solos das margens, afastando a
possibilidade de assoreamento dos leitos (obstrução dos rios por
sedimentos ou detritos).
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